quinta-feira, 5 de julho de 2012

Não é de hoje que a produção vinícola vem aumentando no Brasil. Porém ainda há fatos cruciais que dificultam o maior desenvolvimento da vitivinicultura brasileira: o pequeno consumo e o preço do vinho nacional.

Exaltação por vinhos nacionais
por Marília Tavares
As melhores vinícolas brasileiras estão localizadas no Rio Grande do Sul, onde estão concentradas 90% da produção vinícola do país. A maioria dessas vinícolas localiza-se ao norte do estado, uma região de montanha, e destacam as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul, a conhecida Serra Gaúcha. Destaca-se também a cidade de Jaguari (sudoeste), Frechin, Farroupilha, Flores da Cunha e Canela (noroeste), Viamão e São Gerônimo (Centro-Leste) e Bagé, Pinheiro Machado, Santana do Livramento e Don Pedrito (Extremo Sul).
Outra parte restante dos vinhos brasileiros é provida de regiões vitivinícolas dos estados de Pernambuco (municípios de Santa Maria da Boa Vista e Vitória de Santo Antão), Minas Gerais (cidades de Andradas, Santa Rita de Caldas, Poços de Caldas e Caldas), São Paulo (cidades de São Roque e Jundiaí), Paraná e Santa Catarina (cidade de Urussanga). Porém, os vinhos produzidos por estas regiões são classificados em uma categoria mais inferior, por causa das uvas serem na maioria das vezes de qualidade americanas (Niágara, Isabel, entre outras).
A cidade de Caldas, por exemplo, possui uma vinícola na Empresa de Pesquisa Agropecuária (EPAMIG), no Núcleo Tecnológico de Uva e Vinho (criado em 2005), que por volta dos anos 2000, pesquisadores seriamente qualificados da EPAMIG de diferentes regiões, começaram a desenvolver pesquisas na área de vinhos finos por demanda de viticultores, principalmente da região cafeeira do sul de Minas Gerais e a partir de videiras cultivadas na Fazenda Salvaterra, em João Pinheiro, no Vale do Rio Paracatu e no coração do cerrado brasileiro, a vinícola do Núcleo em Caldas, foi a responsável pelo lançamento do primeiro vinho fino do cerrado brasileiro, o Syrah – Safra de 2006.
Seriamente em longo prazo, espero que com o trabalho desses pesquisadores e produtores de vinho dessa região, possam oferecer algum dia, vinhos finos de qualidade e que possam ser de reconhecimento pelo país e exterior.
O primeiro problema que dificulta um maior desenvolvimento da viticultura brasileira é sem dúvida o pequeno consumo, pois estatísticas afirmam que cerca de 2 litros per capta por ano são consumidos, que são resultantes por não possuir tradição vinícola e do baixo poder aquisitivo do brasileiro. O outro problema é o preço do vinho nacional, que em consequência da alta taxa de imposto e de encargos sociais, não tem conseguido enfrentar os baixos preços de muitos vinhos importados, tornando o preço do vinho nacional relativamente caro.
Por todos os aspectos apresentados, afirmo que infelizmente a maior parte dos consumidores brasileiros não tem conhecimento da grande qualidade de alguns vinhos nacionais e dão espaços a vinhos importados (de qualidade inferior, por falta de conhecimento), os quais geralmente são escolhidos pelo nome, que geralmente é de difícil pronúncia ou simplesmente pelo lindo arranjo e cores da própria garrafa.

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